Aqui é o Ed Francisco e neste artigo eu vou falar sobre a Matriz CSD no processo de UX Design.
Sabe quando vamos iniciar um projeto e estamos sem direção? Você já deve ter passado por isso. Tudo que queremos nesse momento são informações mais precisas para que possamos assim focar nossos esforços e não desperdiçamos nosso tempo e nem do cliente.
Questões como: “O que nós já sabemos a respeito? Quais são as nossas hipóteses? O que não sabemos sobre?”, são importantes para levantar dados para iniciação do projeto. E é através da Matriz CSD que podemos fazer esse levantamento.
A Matriz CSD, quando usada no processo de UX Design, permite que você e a equipe de designers que você trabalha identifiquem e separem pontos que são certezas, suposições e dúvidas para resoluções de problemas, e para oferecer soluções.
Com isso, ela auxilia na criação de produtos ou serviços que forneçam uma experiência positiva e significativa ao usuário, levando em consideração fatores como usabilidade, acessibilidade, design visual e conteúdo.
Agora te convido a ficar até o final do artigo para que você entenda como a matriz CSD é usada no processo de UX Design e como ela pode ajudar os designers a criar produtos ou serviços que atendam de forma certeira às necessidades dos usuários.
Neste artigo mostraremos sobre:
- Definição da Matriz CSD
- Como a Matriz CSD pode contribuir para a Experiência do Usuário?
- Como preencher a Matriz CSD?
- Algumas aplicações da Matriz CSD
- Simulação de uso da Matriz CSD
Definição da Matriz CSD
A Matriz CSD é uma ferramenta utilizada por diversas áreas para levantar dados que determinado time já possui e o que precisa ser investigado.
Quando usada no processo de UX Design ajuda os designers a entender e priorizar pontos importantes de um projeto, para que estejam alinhados com a estratégia da empresa e com as necessidades dos usuários.
O termo “CSD” é uma abreviação para “Certezas, Suposições e Dúvidas”, que são os três pilares que a matriz leva em consideração ao avaliar as necessidades de obter dados no início de um projeto.
Na prática a matriz é dividida em 3 colunas, cada uma representando um dos pilares: Certezas, Suposições, Dúvidas. A equipe envolvida preenche a matriz com as informações que coletaram e classificam cada necessidade em relação aos três pilares.
Certezas: refere-se a coisas que os designers sabem com certeza sobre as necessidades do projeto. Isso pode incluir informações coletadas por meio de pesquisas, entrevistas e outros métodos de coleta de dados.
Perguntas tipo: “O que nós já sabemos a respeito?” ajudam a coletar os dados sobre as Certezas.
Suposições: refere-se a coisas que os designers acreditam ser verdadeiras sobre as necessidades do projeto, mas que ainda não foram comprovadas. Isso pode incluir hipóteses sobre o comportamento do usuário ou sobre o impacto de determinadas soluções de design.
Perguntas tipo: “Quais são as nossas hipóteses?”, “O que supomos saber?”, ajudam a coletar os dados sobre as Suposições.
Dúvidas: refere-se a coisas que os designers não sabem sobre as necessidades do projeto e que precisam ser investigadas. Isso pode incluir informações sobre que ainda não foram coletadas ou questões que ainda não foram abordadas durante o processo de design.
Perguntas tipo: “O que não sabemos sobre? “Quais perguntas poderiam ser feitas?”, ajudam a coletar os dados sobre as Suposições.
Ao preencher a matriz, os designers podem priorizar as necessidades do projeto com base nos pilares de Certezas, Suposições e Dúvidas. Isso permite que eles se concentrem nas necessidades mais importantes que possam e trazer resultados esperados.
Como a Matriz CSD pode contribuir para a Experiência do Usuário?
A Matriz CSD é uma ferramenta valiosa para contribuir com a experiência do usuário, pois permite que os designers identifiquem as necessidades dos usuários de forma clara e objetiva.
A seguir eu vou mostrar algumas maneiras de como a Matriz CSD pode ser usada por sua equipe no processo de UX Design para contribuir para uma experiência satisfatória do usuário:
- Identificar as necessidades dos usuários: Ao preencher a matriz, os designers podem identificar as necessidades dos usuários de forma mais clara e objetiva. Isso pode incluir informações sobre o comportamento do usuário, suas motivações e objetivos.
- Priorizar as necessidades dos usuários: Ao classificar as necessidades em relação aos fatores de Certezas, Suposições e Dúvidas, os designers podem priorizar as necessidades dos usuários e se concentrar nas mais importantes.
- Comunicar com a equipe de projeto e stakeholders: A Matriz CSD é uma ferramenta útil para comunicar dados sobre as necessidades dos usuários mais relevantes do projeto para outras pessoas envolvidas no processo de design, incluindo a equipe de design e os stakeholders.
- Identificar gaps: Ao preencher a coluna de Dúvidas, os designers podem identificar informações que ainda não possuem sobre as necessidades dos usuários para aquele projeto e que precisam ser investigadas. Isso serve para direcionar novas pesquisas concentradas nos objetivos.
Como preencher a Matriz CSD?
Agora vou mostrar para você as etapas para você e sua equipe executarem quando um projeto necessitar da Matriz CDS.
Para preencher a Matriz CSD, é preciso seguir alguns passos básicos:
- Criar o Layout da Matriz: Distribuir os 3 pilares da matriz em colunas. Antes de começar a preencher é importante ter uma compreensão clara do que cada pilar representa e quais informações podem ser incluídas em cada uma delas.
- Realizar pesquisas: Para preencher a matriz com informações precisas e úteis, é preciso realizar pesquisas para obter informações importantes do projeto. No que tange às necessidades dos os usuários. Isso pode incluir pesquisas quantitativas, como questionários e análise de dados, bem como pesquisas qualitativas, como entrevistas, grupos de foco e observação do usuário.
- Coletar informações: Uma vez que as pesquisas são concluídas, os responsáveis devem coletar todas as informações relevantes e organizá-las em categorias específicas dentro da matriz. É importante usar exemplos concretos e específicos ao preencher a matriz, a fim de tornar as informações mais concretas e compreensíveis.
- Priorizar as informações: Depois que todas as informações relevantes forem coletadas, é hora de priorizá-las. Isso pode ser feito classificando cada necessidade em relação às categorias de Certezas, Suposições, Dúvidas. Essa classificação ajudará a identificar as necessidades mais importantes e a tomar decisões informadas sobre o design.
- Atualizar a matriz: A matriz deve ser atualizada continuamente à medida que novas informações são coletadas e aprimoramentos são feitos no design. Os designers devem revisar periodicamente a matriz e atualizá-la com informações mais recentes para garantir que as etapas do design estejam atendendo os objetivos do projeto de forma eficaz.
Com esses passos em mente, os designers podem usar a Matriz CSD como uma ferramenta eficaz para criar soluções de design que atendam às necessidades dos usuários de forma mais eficaz.
Algumas aplicações da Matriz CSD
Assim a Matriz CSD é utilizada por diferentes áreas você pode imaginar que para área de Design ela pode ser utilizada em diferentes contextos.
Pois está correto. A Matriz CSD pode ser aplicada em diversas situações de UX Design. Aqui estão alguns exemplos de como a matriz pode ser usada:
- Avaliação de um produto existente: Se você já tem um produto no mercado, pode usar a Matriz CSD para avaliar sua eficácia. Ao coletar novas informações você pode avaliar se o produto está atendendo as necessidades do mercado e fazer melhorias com base nessas informações.
- Planejamento de novos recursos: Quando estiver planejando um novo recurso ou produto, você pode usar a Matriz CSD para avaliar as necessidades dos usuários e priorizar as funcionalidades com base em suas dúvidas, suposições e certezas. Isso ajudará você a criar uma solução de design que atenda às necessidades dos usuários.
- Análise competitiva: Ao realizar uma análise competitiva, a Matriz CSD pode ajudar a identificar pontos que não estão sendo atendidos pelos concorrentes. Você pode preencher a matriz com informações e comparar as soluções de design da concorrência para identificar oportunidades de melhorias e inovações.
- Testes de usabilidade: A Matriz CSD pode ser uma ferramenta valiosa para avaliar a eficácia de um teste de usabilidade. Ao coletar as informações dos usuários durante o teste, você pode preencher a matriz com suas dúvidas, suposições e necessidades. Isso ajudará você a identificar as áreas do design que precisam ser melhoradas.
- Priorização de melhorias: Quando você tem muitas melhorias a serem feitas em seu produto, a Matriz CSD pode ajudar a priorizar quais melhorias precisam ser feitas primeiro. Ao preencher a matriz com informações de usuários, você pode determinar quais necessidades dos usuários são as mais críticas e priorizá-las em sua lista de tarefas de design.
Esses foram alguns exemplos de aplicações, mas para que você possa entender melhor vou apresentar um exemplo no próximo tópico.
Simulação de uso da Matriz CSD
Vamos simular um exemplo de Matriz CSD para priorizar melhorias em uma hipotética página de vendas de um Treinamento de Comunicação e Oratória com o objetivo de aumentar as vendas.
- Certezas:
- O treinamento é de alta qualidade e possui bons depoimentos de alunos.
- A página de vendas está funcionando sem erros.
- Suposições:
- O preço pode estar alto demais.
- Os benefícios do treinamento não estão sendo comunicados de forma clara.
- A página de vendas não está atraindo a atenção dos visitantes.
- Dúvidas:
- Os visitantes estão encontrando facilmente as informações que procuram na página de vendas?
- Os visitantes têm confiança suficiente no treinamento para fazer a compra?
- A página de vendas está alcançando o público-alvo correto?
Com base nas informações acima, podemos ver que a maior oportunidade de melhoria para aumentar as vendas é focar nas suposições. A seguir, as melhorias priorizadas de acordo com a Matriz CSD:
- Reduzir o preço: Com base na suposição de que o preço pode estar alto demais, podemos testar uma redução do preço para atrair mais clientes em potencial.
- Melhorar a comunicação dos benefícios: Com base na suposição de que os benefícios não estão sendo comunicados de forma clara, podemos ajustar a copy referente a comunicação dos benefícios visando convencer os visitantes a comprar o treinamento.
- Ajustar o design da página de vendas: Com base na suposição de que a página de vendas não está atraindo a atenção dos visitantes, ajustes no design visual da página podem ajudar a chamar a atenção dos visitantes e aumentar a conversão.
É importante lembrar que a priorização das melhorias dependerá das necessidades específicas de cada projeto e que a Matriz CSD, quando aplicado a UX Design, é uma ferramenta para ajudar a identificar e priorizar as necessidades dos usuários.
Conteúdo Bônus sobre Matriz CSD
Vou deixar a seguir um conteúdo em vídeo, apresentado pelo David Arty, para que você possa entender melhor sobre a Matriz CSD.
Conclusão
A Matriz CSD é uma ferramenta valiosa para o processo de UX design e pode ajudar designers a entender e priorizar pontos importantes de um projeto, para que estejam alinhados com a estratégia da empresa e com as necessidades dos usuários, de forma clara e objetiva.
Ao avaliar os pilares de certezas, suposições e dúvidas, podemos identificar as áreas de maior oportunidade de melhoria e tomar decisões informadas sobre como melhorar a experiência do usuário em um produto ou serviço. A aplicação da Matriz CSD pode contribuir para o aumento da satisfação dos usuários, a redução de custos e a melhoria dos resultados de negócios.
E você já utilizou a Matriz CSD em seus projetos? Compartilhe sua experiência nos comentários!
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Referências:
- Cooper, A., Reimann, R., & Cronin, D. (2007). About Face 3: The Essentials of Interaction Design. John Wiley & Sons.
- Fonseca, K. Matriz CSD: tudo o que você precisa saber. https://brasil.uxdesign.cc/matriz-csd-tudo-o-que-voc%C3%AA-precisa-saber-897e39c797e7
Ed Francisco
Olá! Aqui é Ed Francisco, colaborador do Chief of Design desde suas primeiras linhas de conteúdo e de códigos.
Por falar em códigos, acredito que o HTML é a mais notável tecnologia web a qual me permitiu chegar aqui onde estou, e também escrever essas linhas sobre mim para você.
Sou formado em Tecnologia da Produção (foi aqui que conheci o HTML) e em Técnico em Produção Digital, Web e Multimídia (onde aperfeiçoei os meus conhecimentos de HTML).
Sou Paulistano da Zona Leste. Me aventuro tentando desvendar os mistérios da web desde 2008.